Publicado em 28/06/2021

Raphael Pinho, CEO da Spark, conta suas perspectivas e dicas sobre o marketing de influência

Após o grande Webinar com Marcos Mion, realizado em parceria entre a afiliada Spark Vitória com a matriz, em São Paulo, o CEO e fundador da Spark, Raphael Pinho, deu entrevista exclusiva para a afiliada, sobre sua visão, análises e perspectivas do marketing de influência no Brasil. O conteúdo oferecido por Pinho é enriquecedor tanto para os influenciadores digitais, quanto para as marcas anunciantes: uma oportunidade para observarem o mercado sob a ótica de um especialista e trazerem as possibilidades para cada realidade.

Confira a entrevista na íntegra:

  1. Como foi o desenvolvimento da Spark neste último ano?

“Diferente do que aconteceu com vários segmentos e mercados, o marketing de influência cresceu muito desde que a pandemia começou. Com a necessidade de ficar dentro de casa, o aumento de consumo das redes sociais cresceu bastante – o brasileiro gasta em média 3:26 nas redes sociais, segundo estudo realizado em 2020 – não só do ponto de vista de pessoas vendo os conteúdos, mas também interagindo com as publicações. As lives de shows, os conteúdos de gastronomia, as dicas de saúde mental e bem-estar, os treinos de academia são alguns exemplos do que as marcas tiveram que fazer para falar com o consumidor considerando o novo contexto. Além disso, a pandemia quase obrigou as empresas a partir para o e-commerce e então o mercado de influência também passa a ser uma frente super importante de divulgação já que o caminho para compra fica mais claro e evidente.

Toda essa movimentação foi super positiva para o mercado e para a Spark também. Tivemos um crescimento de 120% no faturamento de 2020 x 2019 e por enquanto, 2020 foi o melhor ano de faturamento da nossa empresa que está no mercado desde 2014.”

2. Quais são as perspectivas futuras do marketing de influência aqui no Brasil?

“Temos um mercado bastante promissor. Até 2019, víamos e ouvíamos falar do mercado de influência apenas nos sites e veículos onde o principal assunto é propaganda e comunicação. Desde o ano passado, também com a ajuda dos reality shows, o assunto passou a ser abordado por qualquer tipo de veículo, como é o caso da Juliette que se tornou uma febre no BBB21 e tem conquistado o mundo digital e offline também.

Falando sobre o investimento do mercado, ele deve movimentar 22 bilhões de dólares até 2022, sendo que o Brasil deve ser responsável por 10 bilhões de reais só em 2021. Então, conseguimos entender que é um mercado que vem ganhando cada vez mais importância e relevância graças à profissionalização dos influenciadores e ao entendimento das marcas e anunciantes que o influenciador é um veículo de comunicação que conquistou sua audiência e tem grande poder de influência na decisão de compra. Portanto, as marcas têm passado a considerar marketing de influência como parte da sua estratégia de comunicação e separando uma fatia do budget para esse tipo de investimento.

Em uma pesquisa recente do YouPix, 71% das empresas entrevistadas disseram que aumentariam o investimento em marketing de influência em 2021 e por todo cenário positivo que comentei, a Spark acredita que o aumento no investimento para 2022 deve acontecer também.”

3. Quais são os novos investimentos da Spark?

“Como o nosso propósito de marca é conectar marcas e influenciadores trazendo soluções tecnológicas e criativas, estamos sempre atentos às necessidades do mercado para trazer novidades. Recentemente, lançamos a plataforma Kloob.me onde influenciadores poderão ter um grupo de assinantes dos seus conteúdos e cobrar um valor mensal para que as pessoas tenham acesso a isso. Outra novidade que vamos lançar em breve no mercado é um produto de impulsionamento dos conteúdos dos influenciadores para suas próprias bases nas redes sociais, alcançando mais do que ele alcançaria organicamente, que hoje gira em torno de 8% de sua base de seguidores.

Essas são algumas das nossas iniciativas e o nosso olhar atento continua para trazer novidades e potencializar o mercado sempre com um olhar forte em uso de tecnologias.”

4. Por que a consultoria e o planejamento estratégico fazem a diferença em ações com influencers?

“O planejamento e desenvolvimento estratégico são importantes em qualquer frente de comunicação, mas quando estamos falando de influência e redes sociais esse peso e necessidade ficam ainda maiores. Influenciadores digitais são uma mídia “viva”, ou seja, elas falam, saem, brigam, erram, acertam então a associação entre uma marca e o influenciador precisa ser super bem planejada e desenhada. Isso envolve a escolha dos perfis, análise da concorrência, avaliação de resultados, definição de papéis e, claro, o desenvolvimento e raciocínio de conteúdo por trás da ação.

Na Spark, trabalhamos com a Tagger, plataforma premiada do Vale do Silício e que nos dá o suporte tecnológico necessário para que o nosso time de especialistas consiga avaliar dados e propor as melhores soluções de acordo com o briefing do cliente.”

5. O quanto as marcas estão dispostas a investir no marketing de influência hoje?

“Pela primeira vez no Brasil, o investimento em digital ultrapassou o de TV no Brasil e naturalmente, a relevância das redes sociais e influenciadores acompanham esse crescimento, colocando o marketing de influência como uma das principais disciplinas da comunicação.

Estudos recentes mostram que o marketing de influência é cada vez mais uma aposta das empresas. Um estudo recente do YouPix mostra que, 71% das empresas pretendem aumentar o investimento em influência em 2021 e 22% pretendem manter o investimento no ano, comparado à 2020. Os anunciantes passaram a entender que é possível trabalhar com influenciadores de todos os perfis, de todos os tamanhos, independente se é uma pequena, média ou grande empresa. Tem espaço para todo mundo.”

6. Quais dicas você pode dar para os influenciadores entenderem suas métricas?

“É fundamental para o trabalho que os influenciadores entendam suas métricas, os dias de melhor performance, o tipo de conteúdo, etc. Assim como em qualquer profissão, é preciso estudar tudo que envolve esse universo então a minha dica é – corra atrás das informações: leia, pesquise, pergunte, assine newsletter de cada uma das redes sociais, participe de cursos, treinamentos, webinar. Hoje em dia, a informação está na palma da mão, basta procurar.”

7. Qual segmento você enxerga como em alta para se investir nos influencers?

“É difícil responder essa pergunta porque não existe um segmento em alta ou “certo” para investir em marketing de influência. Como eu disse, é um mercado que pode ser trabalhado por empresas e marcas de qualquer porte, basta saber qual é o seu público, seu objetivo e determinar o budget.

Mas, segundo uma pesquisa que a Spark fez em parceria com o instituto Qualibest em 2019, os interesses pela busca de influenciadores são diversos, desde pet, humor, entretenimento, cultura, educação, empreendedorismo, entre outras. Mas conseguimos ver que o interesse de homens e mulheres é distinto. Enquanto os homens têm maior interesse em influenciadores que abordam ciência&tecnologia e games, as mulheres têm maior interesse em moda, beleza e fitness&saúde.”

8. Existe alguma plataforma nova que está crescendo? Quais valem a pena investir hoje?

“Não podemos falar que existe uma plataforma certa ou que vale a pena o investimento porque precisamos entender que cada marca tem sua necessidade e cabe a gente, como especialistas e entendedores do mercado, trazer a melhor solução para cada objetivo. A escolha da rede social também faz parte do planejamento estratégico que desenvolvemos ao receber um briefing.

Mas, sabemos que desde que chegou no mercado, o TikTok vem trazendo números bastante expressivos. Desde 2019, ele foi o aplicativo mais baixado do mundo, sendo o mais lucrativo em 2020.  No Brasil, ele tem em torno de 9.6M de vídeos publicados por mês, com 1.9BI de views mensais e tempo médio de permanência dos usuários no aplicativo em torno de 31min. Ainda assim, uma pesquisa do YouPix feita em 2021, ele é a 3º rede na aposta das marcas e anunciantes para contratação de influenciadores. A primeira é o Instagram pela facilidade de criar conteúdo e impactar qualquer pessoa; a segunda é o Youtube, na 4º posição temos o Twitter e por último, o Facebook.”

9. Dê dicas e referências para as marcas e influenciadores do ES tornarem suas campanhas digitais mais profissionais.

“Baseado na nossa experiência e tempo de atuação da Spark no mercado, temos algumas dicas e boas práticas para influenciadores:

# O influenciador precisa entender que é um veículo de comunicação “vivo”. Tudo que ele fala, faz, comenta, participa constrói a sua reputação para os seguidores então é preciso pensar, ter cuidado e responsabilidade ao decidir o que vai compartilhar com a audiência.

# Profissionalismo: a marca escolheu o perfil daquele influenciador para divulgar seu produto ou serviço então é preciso ter cuidado e ser profissional na construção dessa relação.

# Atenção ao timing: é preciso estar atento e entender o que está acontecendo no Brasil e no mundo antes de fazer alguma publicação para que nem você nem a marca pareça alienado.

# Autenticidade: leia o briefing e proponha um conteúdo que faça sentido pra você, do seu jeito, com a sua rotina. As marcas (e seus seguidores) querem ver o produto ou serviço dentro do seu universo.

# Referência é tudo: antes de fazer qualquer publicidade, pesquise referências, veja outros conteúdos, se informe. O valor do seu trabalho também está na forma diferenciada que você vai encontrar para se comunicar.

# Quando for gravar ou fotografar alguma publicidade, garanta que o produto esteja no cenário e contexto correto.

# Legendas também são comunicação. Contextualize e coloque as informações de maneira clara e objetiva para seu público.

# Se preocupe com a qualidade dos conteúdos: luz, enquadramento, cenário. Quanto mais interessante e atrativo aquele conteúdo tiver, maior a chance da audiência achar isso também e ter vontade de experimentar o produto e serviço.

# Cuidado com os filtros! Eles podem atrapalhar ou até distorcer a cor, formato, característica de algum produto.

# Explore diferentes formatos! Se você acredita que determinado formato ficaria melhor para fazer determina publicidade, sugira isso pro cliente! As marcas esperam essa troca e sinceridade com vocês.

# Aproveite os memes que estão rolando. Nem tudo dá pra encaixar em uma publicidade, mas esteja por dentro do que está sendo falado e pense em como poderia aproveitar isso a favor do seu conteúdo.

# Sempre sinalize quando o conteúdo é pago. Além de ser uma exigência do CONAR, a audiência espera que você tenha uma relação transparente e faça essa sinalização.

E também separei alguns perfis que falam sobre o universo de marketing de influência e perfis que dão dicas de conteúdo: @wecreatespark, @oliveiraanaju, @vicgaibar e @instayoupix.”